Profissionais que cuidam de pacientes com Covid-19 no RJ contam que não conseguem se proteger por falta de EPIs


18.01.2021

Enfermeiros fazem ‘vaquinha virtual’ para comprar equipamentos de proteção individual. Secretarias municipal e estadual de saúde afirmam que unidades estão abastecidas.
Por Edivaldo Dondossola, RJ1

15/05/2020 13h11 Atualizado há 8 meses

Profissionais da saúde reclamam da qualidade e da falta de equipamentos de proteção

Médicos e profissionais de enfermagem denunciam a falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) na rede pública de saúde. Em alguns casos, a qualidade dos equipamentos também é um problema.

“No início dessa pandemia, nós precisamos comprar os nossos EPIs porque o hospital não tinha para fornecer”, contou uma enfermeira do Hospital Salgado Filho.

Um médico da mesma unidade também denuncia que encontra dificuldade para conseguir os equipamentos.

“Hoje, nitidamente, as mortes que estão acontecendo foi por falta de EPIs no começo da pandemia. A ausência, a dificuldade que tínhamos para conseguir equipamentos, o protetor facial, que tínhamos que comprar, e as máscaras. Isso se reflete agora, neste índice alto de mortes, de licenças, por causa do coronavírus”, contou o médico.

A Secretaria Estadual de Saúde reforçou que as unidades da rede estão abastecidas com EPIs e que eles são aprovados pela Anvisa.

A Secretaria Municipal de Saúde também disse que as unidades de saúde estão abastecidas. E que a prefeitura vai receber um milhão de máscaras luvas, capotes e óculos.

Um médico de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) contou que faltam materiais de trabalho como estetoscópios, e que está trazendo equipamentos de casa, o que não é recomendado.

“Como é uma área contaminada, se eu fico usando o meu estetoscópio, automaticamente vai contaminar o meu estetoscópio. Eu vou ter que levar ele para casa, vai contaminar a minha mochila e o que eu tenho em casa”, explicou o profissional de saúde.

Até máscaras, que deveriam ser trocadas diariamente, estão em falta. “Estão obrigando a gente a usar as máscaras por 15 a 30 dias, enquanto a máscara N95 é para ser usada a cada 12 horas. Ou seja, cada plantão deveria ter uma máscara”, contou o médico.

Comprando o próprio equipamento
A falta de equipamentos chegou a se agravar em algumas unidades e os profissionais de saúde começaram a se organizar para comprar os equipamentos por conta própria. Um enfermeiro fez uma “vaquinha virtual” para ajudar os colegas.

“Chegamos ao ponto de precisar comprar nossos equipamentos de proteção individual. Afinal de contas, é a nossa vida que está em jogo”, explicou o enfermeiro Glauber Amâncio.

Ele teve a ideia após perder uma prima para o novo coronavírus. “Chega de perdermos familiares e colegas de profissão por falta de equipamento”.

 

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/05/15/profissionais-que-cuidam-de-pacientes-com-covid-19-no-rj-nao-conseguem-se-proteger-por-falta-de-epis.ghtml

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