Folia com Segurança: Como se defender de infecções sexuais no Carnaval


05.02.2024

O carnaval levanta a preocupação das equipes de Saúde a partir da maior propenção a contaminação por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) nesse período. O uso de preservativos é o método mais eficiente para que foliões vivam sua sexualidade sem pôr a saúde em risco. A medicação profilática também é uma opção para aqueles que se expuseram a situações de contágio.

O enfermeiro Vencelau Pantoja, conselheiro federal e especialista em educação sexual, avalia que o clima festivo do feriado associado ao uso de álcool e fatores culturais amplifica comportamentos imprudentes. Os descuidos podem influenciar, principalmente, no aumento de casos de vírus da imunodeficiência humana (HIV), que teve mais de 2 mil casos registrados em 2023, e também da sífilis, com mais de 10.300 novas ocorrências no mesmo ano, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

Camisinhas podem ser adquiridas gratuitamente em unidades básicas de saúde. Essa permanece como a melhor maneira para evitar complicações. “No caso de algum deslize, como manter relações sexuais sem o uso de preservativo ou se ele rasgou durante a relação, ainda existe a opção de recorrer a PEP (Profilaxia Pós-Exposição), que é uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras infecções”, cita Vencelau. A PEP deve ser oferecida imediatamente a vítimas de estupro.

Para grupos em alto risco de contato com o vírus HIV, também está disponível a profilaxia pré-exposição (PrEP), juntamente com o preservativo. É recomendada a ingestão oral contínua da medicação. “A profilaxia pré-exposição é uma proteção adicional, não devendo substituir o uso da camisinha”, explica Pantoja.

“Muito embora se fale em prevenção combinada —­­que associa diferentes ações de prevenção ao HIV/IST—, são estratégias complementares no enfrentamento da epidemia de HIV, ampliando a gama de opções que os indivíduos terão para se prevenir contra o vírus. Os preservativos externos (masculino) e internos (femininos) ainda são os métodos mais eficazes para evitar as ISTs e o HIV”, reforça o conselheiro federal.

Sífilis e hepatite – Relações sexuais desprotegidas também seguem como a principal forma de contaminação da hepatite B (HBV), sífilis e HTLV. A vacina contra hepatite B está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Quem não foi vacinado na infância precisa receber três doses em um intervalo de 6 meses. Pessoas que vivam com HIV ou tenham outro fator de imunodepressão precisam de um esquema especial. Hepatite do tipo A, C e D também podem ser transmissíveis pelo sexo, nesse caso, o uso de preservativo é o mais eficiente para prevenção.

A sífilis se manifesta inicialmente com uma ferida, que pode aparecer em áreas genitais, boca, ânus e outras partes do corpo. As feridas regridem espontaneamente, podendo levar à falsa impressão de cura e ao agravamento da doença. O tratamento gratuito, com benincilina benzatina, está disponível na Atenção Primária à Saúde (APS). A segurança da administração do medicamento por profissionais de Enfermagem e a importância de sua aplicação imediata para o tratamento da doença e prevenção da sífilis congênita está demonstrada, na avaliação do Cofen e do Ministério da Saúde.

Base Legal – A consulta de Enfermagem na área da saúde sexual e reprodutiva tem amparo na Lei do Exercício Profissional da Enfermagem, no inciso II do Art. 8º do Decreto nº 94.406/1987, que regulamenta a Lei nº 7.498/1986. O procedimento também está incluído no protocolo de procedimentos técnicos do Ministério da Saúde e é normatizado pela Resolução Cofen 690/2022, que versa sobre a atuação do enfermeiro no planejamento familiar e reprodutivo. O parecer Cofen 259/2016 reafirma a competência técnica e legal para efetuar exames, aconselhamentos pré e pós- teste rápido para diagnostico de HIV, sífilis e hepatites virais, além de emissão de laudos, realização ou solicitação de exames para confirmação diagnostica, encaminhamentos, agendamentos e eventos que necessitem de sua supervisão ou orientação.

Fonte: Ascom/Cofen

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